quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Não permita-se entristecer


Pegue todas as lágrimas escorridas
Guarde-as num recipiente invisível.
Solte de dentro de você todo o seu medo
Por um dia tente ser o guardião da coragem.
Deite-se no altar da salvação e feche seus olhos
Flutue...
Viaje intensamente pelo mundo ao qual apenas você tem acesso
Busque nele a paz, o amor e a compreensão.
Deleite-se com beijos divinos de anjos
Abraços de luz e cor, aqueles mesmos que fazem você sorrir.
Não permita-se entristecer, apenas viaje.
Sinta o fluir do sangue sendo pulsado pelo seu coração.
Permita-se sair do corpo e curar-se.
Não chore de dor, chore ao ver um belo sorriso, chore por estar feliz.

(Andressa Nardini)

VINICIUS DE MORAES



Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
Muitos deles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
Alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar! Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E, às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece e que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos.

A gente não faz amigos, reconhece-os.

(Vinicíus de Moraes)